não quero dialogar uma fala muda para gente cega que não escuta
o silêncio irrompido entre dois
diz mais que palavras no meio da multidão solitária de ois e ois
todos estão falando mas ninguém está escutando -quase nada
alguns estão olhando, poucos surdos e loucos estão enxergando – com a voz embargada
perdi agora a poesia pois não a leriam nenhuma página
nada
seriam em vão as minhas rimas
solitárias
abandonadas
dispenso o vitimismo e volto já ao meu lirismo
ela- poesia insistente bate à porta em sorriso contente
inocente
toca oca insistente
ninguém atende a porta
peço volta
eu grito!
in sis to não vai
in sis to volta
não consigo ignorar a emoção que arredia ecoa lá no fundo do meu coração
absolvo os que a desprezam e riem de sua canção
singela beleza nas sutilezas
vozes silenciadas nas profundezas de minh’alma
sinto no meio desse turbilhão um olhar sensível
ouvido atento
colo de alento
até mesmo aquele invisível vento agora sopra suave ao relento
e leva os seus versos aos quatro cantos do Universo – olhos e ouvidos despertos
despedindo-se dos dispersos
ecoa sublime, suave, baixinho…
casais se olham sem perceber o toque leve de carinho
crianças sorriem sem nada entender
esboçam rostinhos sorrindo
rindo
E por mais que eu insista em manter minhas rimas em algum canto meu
ela pede caneta papel e entoa este singelo cordel
do léu ao céu
traz sossego gostoso de alma
leite quente com açúcar canela e calma
nem se importa se escutam ou se calam
por ela
tão bela ela
Esperam encantados debruçados na janela
-poesia
fala, rala, grita chata insistente
inesperada inconveniente
conivente com o amor
aplacadora da dor
és livre e vive dentro de gente que sente como a gente!
Livre!
Brillante…
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Muito obrigada!!!!
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Fiz a opção por escrever ensaios po-éticos exatamente por ser a poesia livre…
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Fizestes muito bem! 🙂
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