
Vida:
Golpeia bem no centro de minhas vísceras
enquanto expurgo esses infortúnios num vaso qualquer.
Flores não nascem ao acaso.
O amor não nasce sem parto.
Sem a entrega da gestação.
Minhas vestes puídas pedem lavanda, campos de margaridas.
O inverno está durando tempo demais.
Não aprendi a prudência da espera.
A singeleza da rega.
O tempo da entrega.
A dádiva da colheita.
Quero as rosas abertas, escancaradas.
Ou nada.
Sou toda errada.
Humana e bagunçada.
Parei no estágio de catarse.
Igual a esses rabiscos que fiz há uns anos atrás…
Gostei do texto. Gostei muito dos “rabiscos”.
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Valeu demais Léo! 🙂
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Um texto excelente, não há amor sem cultivo, não há parto sem dor, e as rosas floridas que inebriam nos seus perfumes primaveris, contem os espinhos inverneiros… Magnifico texto Muitos parabéns!
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Muito obrigada querido amigo! Feliz que gostou! 🙂
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teu texto respira a liberdade do ar se espalhando entre as estações e vivendo em cada uma delas o seu próprio tempo. o longo inverno, já bem nutrido pelo outono, cultiva em silêncio, quase invisível, e o que está visível em galhos despidos, revela o futuro em cores que se estendem verão adentro em manhãs ensolaradas e alegres. o café quente é o que nos liga entre um passo e outro, entre um tempo e outro, entre uma estação e outra e é ele quem nos conduz por esses caminhos onde a catarse renasce em rabiscos que o tempo nunca esqueceu. maravilhoso teu texto, Renata. gostei de sentir uma certa urgência dentro de mim para que o tempo desse um pequeno tempo e tudo pudesse recomeçar. manhã fria hoje, café ao lado, e tuas palavras. e ao fundo, um disco fantástico do Yamandu Costa. o meu abraço sempre carinhoso, Renata.
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As palavras têm esse poder de brincar com o tempo, com as estações, que são muito mais dentro do que fora. Nossas percepções do que nos cerca. Gosto muito de sua percepção sobre os meus textos porque isso reflete o que você tem por dentro. E é poesia! Quanto à urgência eu te entendo. Mas como Deus me disse no meu outro texto… sempre dá tempo minha filha, sempre dá. E cada dia que nasce é um recomeço. Sorte a sua pelo friozinho porque aqui em BH tá um calor danado! Um abraço carinhoso pra você também! 🙂
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Que rabiscos existenciais
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🙂
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Vida que segue… eu vou vivendo. Adorei. Abraços.
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Sempre sempre segue! 🙂
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