
Vou traçar uma linha acima de toda essa obviedade. Deixar minha mente sucumbir sem exaurir o corpo fatigado ao estado de declínio. Meu vício sempre foi justificar as coisas. As latas viradas na prateleira com a marca exposta para frente ou os potes de tampas guardados um dentro do outro. Tampas soltas. Cabides para o lado de dentro. Falas embargadas por sentimentos indizíveis. Mania de desentalar as coisas com a escrita e o silêncio mudo que a voz não grita. É. Hoje só quero me permitir essa ausência de mim até que todo e tudo vire um estado de inércia e meditação profunda. Deve ser a fase da Lua.
ps: Soltei as tais rédeas da vida e deixei os cavalos internos livres. Eles andavam cansados do encarceramento forçado. Podem ir.
Livre…leve…solta!
Adoro ver cavalos selvagens…
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Também é um gosto meu!
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que bom ler teus textos, estar e ser na palavra e fazer o mergulho para além do Sol e da Lua. – tempos atrás, muito tempo atrás – escrevi Os potros, que te envio, pois o teu ps: me trouxe muito.
Os potros
A água rápida dos recantos toca os cascos. Os raios brilham, as nuvens secas ganham a cor da noite. O horizonte é uma cruz distante. No fim do dia o começo. As peles e os pelos se confundem na umidade dos cheiros, na aspereza das mãos, no corte trançado das rédeas. Dentro do dentro uma outra noite. A memória ainda é tênue. O destino é um velho signo cujo código se perde no laço da própria sorte. Antes, muito antes, quando a tarde ainda era um pedaço, os velhos queimaram o fumo. Depois, pouco depois, quando a luz cinza listrou os campos, as unhas da terra se entranharam pelos atalhos. A planície sem fim assombrava suas histórias. Os potros, vultos velozes, chegam ao verde, sentem a dor da lida e o sangue dos movimentos. Retornam vivos, a doma é passado. A marca dos estilhaços é o que resta na memória. Saem de dentro da ausência, correm para a margem desse rio. Chegam nas entranhas das lembranças, se livram de todos os arreios. A liberdade é mais que uma poça d´água onde os cascos escondem as feridas de suas andanças de um tempo que hoje é apenas um braço de terra seca.
feliz em te ler sempre e sempre. o meu abraço, afeto, força e admiração.
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Meu Deus! Quanta beleza!!!! Estou completamente embasbacada daqui, sentindo cada pelo de meus braços se arrepiarem. Os olhos de espanto e perplexidade diante de tanta beleza, juro, você ficaria pasmo se visse. A boca entreaberta e os dedos frenéticos lhe escrevendo a impressão do que senti. Ah! Obrigada por este belo texto nessa tarde chuvosa das Gerais. Vou ali tomar um café para me tirar desse estado de vertigem! Que soco no meu estômago. Juro! Abraços meu amigo. Trouxe me inspiração. Obrigada, obrigada! Força, afeto e muita admiração. Agora então!
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La libertà dell’anima è tutto.
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sì è tutto!
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O cavalo passou arreado e você aproveitou a oportunidade… o desarreou dentro de si… libertou-o e saiu a correr entre versos e estrofes nestas praças e serras mineiras…
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Está do jeitim que ele gosta! 🙂
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🦄🦄🦄
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Suas figuras abstratas são otimas para viajar. muito bom!
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Espero que tenha ido longe de toda essa obviedade! Sempre grata por sua presença poética. Abraços amigo. 🙂
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